Estilhaços de poesia
Te vejo e te penso pela primeira vez em uma dezena de meses.
Por um momento, me observo fora de meu próprio corpo. Quero prever meus movimentos e não consigo. Sou uma estranha e me surpreendo.
Tento me convencer de que desta vez será diferente. Me imagino um outro alguém?
Não é. Não sou.
Inquestionável e inabalável: você é meu combustível de escrita. Queria que não fosse, talvez me sentiria menos uma farsa.
Ouvi o seguinte: um escritor não precisa ver o interior de uma baleia para escrever sobre como é estar lá.
Me vejo na triste obrigação de concordar: não vi o interior de seu amor e sou capaz de descrever como é estar lá.
Era raso, frio e amarelo hunyadi. Cor de guerra.
Existe poesia sem apego aos sentimentos? Ou os poetas são os eternos sofredores da humanidade?
Faço perguntas demais. Encontro respostas de menos.
And logically the last thing I should have on my mind. But I want you there sometimes.