Mulheres Incríveis — Stephanie Ramos

Le Chieppe
4 min readMay 29, 2021
Imagem retirada do Instagram de Stephanie

Hoje é dia de mais uma entrevista para o projeto Mulheres Incríveis, dessa vez com a maravilhosa Stephanie Ramos (@queenstephanies), formada em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e criadora do antigo sampablog.com.br, um blog sobre arte, cultura e gastronomia na cidade de São Paulo.

A trajetória da Stephanie começou com seu primeiro emprego: um estágio de comunicação em um estúdio de arte. Lá ela foi apresentada a mulheres incríveis como a Zaha Hadid (arquiteta) e Louise Bourgeois (artista plástica), além de ter sido muito incentivada a conhecer mais sobre as pessoas no mundo da arte. Ela conta que começou a reparar no machismo presente neste meio ao perceber que os primeiros nomes que vem a nossa mente quando falamos de pintura, arquitetura e cinema geralmente estão atrelados aos homens, e não é por falta de grandes profissionais mulheres nessas áreas.

“Passei a procurar ao máximo as figuras femininas destas áreas para que eu pudesse apresentá-las para as outras pessoas também” — começava aí a luta de Stephanie pela visibilidade feminina na arte.

https://www.instagram.com/queenstephanies/

Após algum tempo, Stephanie tornou-se redatora em um portal de arte e cultura em São Paulo, com uma equipe formada exclusivamente por mulheres: “Éramos três mulheres bem diferentes em personalidade e gostos, mas muito alinhadas no trabalho. Sempre buscávamos dar visibilidade para as mulheres nas publicações, principalmente as negras e LGBTQI+. Elas me ensinaram a questionar muitas coisas, principalmente o espaço dado para as mulheres no meio de comunicação — e como elas são retratadas em relação aos homens”.

Em meio a muitos vernissages, eventos de arte, festas e afins, Stephanie aprendeu uma importante lição para sua vida, que ela compartilha conosco: aprender a escutar e não só esperar sua vez de falar. A diversidade é essencial em qualquer ambiente, principalmente o de trabalho. Nestes eventos, ela teve a chance de estar em contato com diversas realidades, vozes e opiniões, o que definitivamente moldaram parte de sua personalidade.

No final de 2017, ainda como redatora, Stephanie fez uma transição para o mercado publicitário. Sempre muito consciente, ela se questionava sobre a repetição de antigos comportamentos que não faziam sentido tal como “criação é lugar de homem”. Ela se deu conta de que tanto no seu próprio ambiente de trabalho quanto no das suas colegas de profissão “dava para contar nos dedos as mulheres designers e redatoras em comparação aos homens nos mesmos cargos”. Nas suas palavras, “O universo da publicidade é por si só, machista e preconceituoso. É preciso constantemente se perguntar “quantas mulheres trabalham comigo? Quantas pessoas são LGBTQI+? Quantas pessoas com deficiência?”. Segundo ela, algumas mudanças já podem ser percebidas, mas essa transição ainda caminha em ritmo muito mais lento do que deveria.

https://www.instagram.com/queenstephanies/

Sobre as maneiras encontradas por ela para empoderar mulheres no ambiente de trabalho, estão indicar uma mulher para uma vaga, ajudar ela a ser ouvida quando é constantemente interrompida durante uma reunião, apoiá-la em seus processos pessoais e incentivar a evolução da pessoa, dando confiança para que ela ocupe — ou almeje ocupar — cargos de liderança.

Atualmente, Stephanie trabalha como redatora para as redes sociais de diversas marcas e algumas das quais já trabalhou foram Adidas (Adidas e Reebok), Avon, Royal Canin, Leroy Merlin e HP. Diariamente ela se vê diante de oportunidades de pensar em como trazer inovação, pautas relevantes e diversidade para as marcas, gerando um conteúdo substancial. Ela tem tornado real a frase “apoie sua gangue local de garotas” (“support your local girl gang” em inglês) real ao priorizar mulheres nas sua equipe e indicações de trabalho, buscando sempre formar um grupo variado.

Stephanie finaliza: “Vejo hoje a importância que estar cercada por um grupo diverso de mulheres incríveis e fortes teve para que eu chegasse cada vez mais longe. Mulheres que viveram comigo meus melhores e piores dias. Mulheres que sentiram amor, felicidade, medo e raiva comigo — ás vezes tudo misturado -, me lembraram diversas vezes — principalmente quando eu me esquecia — das minhas qualidades e competências, mas nunca passando a mão na minha cabeça se eu estivesse errada — e que nunca soltaram minha mão. Como ter alguma dúvida que o futuro é feminino?”

Conheça o trabalho dessa mulher incrível: https://stephanieramos.com.br/

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